Disclaimer
Este texto foi inicialmente concebido pela IA Generativa em função da transcrição do episódio do nosso canal, Dev Eficiente. Se preferir acompanhar por vídeo, é só dar o play.
Introdução
Dívida técnica é um dos temas mais discutidos no desenvolvimento de software, mas muitas vezes é mal compreendido e subestimado em sua complexidade. Este artigo é baseado em uma revisão do estudo “Ten years of technical debt research and practice: Past, present, and future” e busca esclarecer as origens do conceito, seus impactos no presente e as direções futuras para pesquisa e prática.
Além disso, exploramos o texto seminal de Ward Cunningham, que cunhou o termo em 1992, e como sua visão inicial foi distorcida e ampliada ao longo do tempo.
As Origens da Dívida Técnica
Ward Cunningham apresentou o conceito de dívida técnica em um texto de 1992, relacionando-o a decisões que aceleram o desenvolvimento inicial, mas que devem ser revisitadas para evitar que o software se torne inflexível. Ele comparou o processo de entrega de código inicial à contração de uma dívida: algo aceitável, desde que seja pago prontamente.
Cunningham destacou que o "código imaturo" não é, necessariamente, sinônimo de código tecnicamente ruim, mas sim de código que ainda não reflete completamente o domínio do problema. Essa visão original focava na importância de se aprender com o feedback de usuários e refinar o sistema continuamente.
Distorções e Expansões
Ao longo do tempo, a interpretação do conceito foi tanto limitada quanto ampliada. Enquanto Cunningham falava sobre aprendizado e evolução do domínio, o termo passou a ser usado para justificar a entrega de código tecnicamente ruim ou mal escrito. Essa abordagem distorcida ignora a complexidade de outros tipos de dívida, como a de requisitos e a de domínio, que impactam diretamente a evolução do sistema.
O Presente: Impactos e Realidade Prática
Estudos recentes indicam que, em média, 30% dos recursos de desenvolvimento são desperdiçados devido à dívida técnica, podendo chegar a picos de 80% em casos extremos. Esses números ilustram como a dívida técnica não afeta apenas a qualidade do código, mas também a operacionalidade, a experiência do usuário e até a moral das equipes.
Ferramentas de análise, como SonarQube, ajudam a identificar problemas técnicos, mas frequentemente falham em capturar dívidas relacionadas ao domínio ou à qualidade dos requisitos. Esse foco restrito prejudica uma visão mais ampla e estratégica do impacto da dívida técnica.
Outro ponto importante é que a necessidade de pagar a dívida técnica é frequentemente deixada de lado em favor do desenvolvimento de novas funcionalidades. Isso cria um ciclo tóxico, onde a dívida técnica persiste e se torna um obstáculo crescente para o negócio.
O Futuro: Áreas de Pesquisa e Evolução
O futuro do estudo sobre dívida técnica aponta para uma abordagem mais ampla e interdisciplinar. Entre os temas destacados estão:
- Dívida de Requisitos: Lacunas ou incompletude em requisitos que foram implementados apenas parcialmente para atender prazos.
- Dívida de Domínio: Distância entre o software e o domínio do problema, que dificulta a evolução do sistema e sua adaptação a novas demandas.
- Impacto Multidimensional: Explorar como a dívida técnica afeta não apenas a manutenção do código, mas também custos operacionais, agilidade de negócios, segurança e usabilidade.
Uma conclusão importante do artigo é que, para convencer stakeholders sobre a importância de tratar a dívida técnica, é necessário apresentar evidências claras e práticas que demonstrem seus impactos.
Reflexão Final
O conceito original de dívida técnica, introduzido por Ward Cunningham, tinha como foco a maturidade do domínio e a evolução do conhecimento. Hoje, o termo é usado de forma mais ampla, abrangendo desde problemas técnicos até questões estratégicas. No entanto, é crucial que equipes de desenvolvimento entendam as diferentes facetas da dívida técnica e suas implicações.
Assim, cuidar da dívida técnica não é apenas uma questão de boa prática de programação, mas também de estratégia de negócios. Investir na redução de dívidas, sejam elas técnicas, de domínio ou de requisitos, é um passo essencial para garantir a longevidade e o sucesso de qualquer produto de software.
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