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Olivério Neto
Olivério Neto

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A Cultura DevOps e o dia-a-dia de um DevOps Engineer

Muitas pessoas ainda se perguntam: DevOps é uma cultura ou uma profissão?

E a resposta é... cultura! E, a partir dela, surgiu a profissão: DevOps Engineer! 👊

Pra gente entender, precisamos contextualizar como um dia já foi na ausência do DevOps.

Vamos lá..

Anos e anos atrás, Desenvolvimento e Operações trabalhavam de forma isolada, quase como times adversários dentro da mesma empresa.

Times de Desenvolvimento (Dev)

  • Responsável por criar e lançar novas funcionalidades
  • Focado em velocidade e inovação
  • Entregava código para produção e passava para a próxima tarefa
  • Via o Ops como um obstáculo que dificultava os lançamentos

Time de Operações (Ops)

  • Responsável por manter os sistemas estáveis e seguros
  • Focado em confibiabilidade e disponibilidade
  • Evitava mudanças bruscas para minimizar riscos e falhas
  • Via o Dev como alguém que quebrava tudo e sumia

Essa separação gerava problemas..

❌ O Dev lançava código sem pensar na estabilidade, e o Ops sofria com bugs e falhas.
❌ O Ops bloqueava mudanças para manter o sistema estável, e o Dev se frustava com a demora.
❌ Quando algo quebrava, um time culpava o outro, em vez de resolver juntos.

Isso resultava em ciclos longos de entregas, sistemas frágeis e uma cultura de culpa e frustação.

Algo tava errado.. vários times e empresas tentavam buscar soluções pra solucionar esse problema.

A virada de chave

Em 2008, durante a Velocity Conference — um evento de Performance Web organizado pela O'Reilly — uma nova abordagem começou a ganhar forma. John Allspaw e Paul Hammond, engenheiros do Flickr, apresentaram a palestra "10+ Deploys Per Day: Dev and Ops Cooperation at Flickr". Nela, revelaram como conseguiam realizar mais de 10 deploys por dia com rapidez, eficiência e segurança.

O segredo? Colaboração entre Dev e Ops, automação e integração contínua — conceitos que se tornariam a base do DevOps.

Na época, isso era revolucionário, especialmente para grandes empresas acostumadas a ciclos de deploy longos e burocráticos.

Surge então o Patrick Debois.

Em 2009, Patrick Debois organizou o primeiro evento focado no tema: o DevOpsDays, realizado em Ghent (Bélgica) e reunindo desenvolvedores, engenheiros de operações e especialistas em infraestrutura com um objetivo comum: entregar software de forma rápida e confiável, sem atrito entre os times.

Desde então, o termo DevOps começou a ganhar força e se espalhou pelo mundo! O DevOpsDays continua acontecendo até hoje em diversas cidades, inclusive no Brasil!

Os pilares do DevOps

O DevOps pode ser resumido na sigla CAMS:

C - Cultura (Culture) - Colaboração entre Dev e Ops, eliminando barreiras e promovendo responsabilidade compartilhada.

A - Automação (Automation) - Automatização de processos como CI/CD, testes e infraestrutura como código.

M - Medição (Measurement) - Monitoramento de métricas para otimizar desempenho e identificar melhorias.

S - Compartilhamento (Sharing) - Troca de conhecimento, boas práticas, feedback e aprendizado contínuo.

DevOps

O surgimento do DevOps Engineer

Com o tempo, cada vez mais surgiu a necessidade de profissionais que pudessem aplicar a cultura DevOps nas empresas e foi assim que o mercado começou a usar o termo DevOps Engineer.

Na época, lá atrás.. muitos, inclusive eu, vieram do SysAdmin / Administrador de Redes. Já tinham a bagagem de resolver problemas relacionados a infraestrutura local, redes, comunicação, protocolos, etc. Isso é um diferencial e tanto. Outros começaram a estudar do zero pra ingressar na área.

E quais são as habilidades que o mercado cobra desse profissional?

Entre parênteses vai exemplos.. Não significa que você precisa dominar todas ferramentas, ninguém é um robô.

  • Metodologias Agéis (Scrum, Kanban, XP)
  • Conhecimento em Sistemas Operacionais (Linux, Windows)
  • Fundamentos de Redes (Protocolos de Comunicação, Endereçamento IP, Serviços de Redes)
  • Cloud Computing e Infraestrutura (AWS, GCP, Azure)
  • Containers e Orquestração (Docker, Kubernetes, Helm)
  • Infraestrutura como Código (IaC) e Automação (Terraform, Ansible)
  • Integração e Entrega Contínua (CI/CD) (Jenkins, Github Actions, GitLab CI/CD, Azure DevOps, ArgoCD, CircleCI, TravisCI)
  • Monitoramento e Observabilidade (Zabbix, Prometheus, Grafana, ELK Stack, Graylog, Datadog, Dynatrace, New Relic, Jaeger, OpenTelemtry)

Onde estudar?

Opções não faltam..

  1. YouTube
  2. Udemy
  3. Alura
  4. FullCycle

Sou do time que prefere entender antes de avançar. Livros, documentação oficial, artigos e vídeos. Depois que estou com uma ideia meio que já formada e sei do que se trata, pra que serve, como funciona, avanço e busco um conteúdo mais amplo. Geralmente, um curso.

Dá uma olhada nesse roadmap.

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Top comments (1)

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Moisés Falcão

Excelente resumo! Como gerente de tecnologia, já vi de perto como a cultura DevOps transforma a relação entre times e impulsiona entregas mais ágeis e confiáveis. No fim, é sempre sobre colaboração, não só sobre ferramentas.