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Santana
Santana

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Como mentorei uma Desenvolvedora do Reprograma

Não é novidade que o mercado de tecnologia esta super aquecido. Para profissionais com experiência as abordagens pelo LinkedIn são diárias. As startups precisam crescer rápido e provar para os investidores que são merecedoras dos aportes que receberam, assim elas acabam optando por contratar seniores e especialistas.

Mas daí que surge uma questão, tem especialista pra todo mundo?
Acho que as imensas abordagens respondem, não é mesmo? 


Por isso, é preciso olhar cada vez mais para a formação de novos profissionais, precisamos olhar com carinho para o junior.

Ah beleza então, a gente contrata uns cinco pelo preço de um especialista e preenchemos essa lacuna.

NÃO!

Não é assim que vamos resolver essa deficiência, é preciso estruturar essa formação, com acompanhamento e olhando a longo a prazo. É preciso mentoria!

Conhecendo o Reprograma

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A reprograma é uma iniciativa de impacto social que foca em ensinar programação para mulheres cis e trans que não têm recursos e/ou oportunidades para aprender a programar. 


Mas pera, você deve ta se perguntando o que isso tem a ver com o assunto de junior?
Tem tudo a ver meu caro.

Imagina que além de resolver o problema de formação, a gente ajuda a diminuir a desigualdade de gênero no mercado de tecnologia e todo mundo acaba ganhando, trabalhar em um lugar mais diverso proporciona construir melhores produtos, valoriza a criatividade e a inovação, além de tornar a empresa mais lucrativa e competitiva. A DDI, empresa de análise e pesquisa, e a Ernst & Young (EY) fizeram um estudo que prova que quando a diversidade ultrapassa 30%, a empresa lucra mais.

Dito isso, queria compartilhar um pouco de como ajudei a mentorar uma nova desenvolvedora da reprograma na SumUp.

Mentoria

Acho que a primeira coisa que temos que pensar quando falamos de mentoria é reciprocidade, empatia e vulnerabilidade.

Nada adianta, a empresa colocar qualquer pessoa como mentor se ele não sentir que também está evoluindo com isso, escolher alguém aleatoriamente como "voluntário" não vai trazer os resultados esperado, é preciso que o mentor utilize isso para aprimorar sua carreira, para aprender, pra se engajar e principalmente para ajudar a criar uma cultura de mentoria.

No meu caso, a mentoria serviu primeiro pra revisitar meu conhecimento, obrigou-me a estudar muita coisa pra explicar com mais propriedade, aprender a lhe dar com a responsabilidade de disseminar a cultura da empresa, dar contexto e envolver em decisões de processo e até de contratação, refinar melhor as tarefas e dar direcionamento técnico e de carreira. Sim, de carreira.
E é ai que vamos entrar no segundo ponto, Empatia.

Por mais que você esteja ali pra ajuda-lo a evoluir tecnicamente compartilhando sua experiência, é preciso lembrar que por trás de tudo isso tem uma pessoa. Alguém que está com milhares de coisas passando pela cabeça, com anseios e medos. Afinal, é tudo novo.
E no meio de tudo isso, qualquer ação nossa poder amplificar esses sentimentos, o simples fato de não participar ou não ter o que falar em uma daily pode trazer uma falta de pertencimento. De achar que ele não vai contribuir com o time.

Na minha visão, sessões de 1on1, principalmente nesse começo, devem ser feitas regularmente em um tempo muito curto, não existe bala de prata, vai ter muita tentativa e erro, e tá tudo bem, faz parte do processo.
Toda a mentoria tem com vista o longo prazo, não estamos interessado no que é oferecido hoje, mas sim no potencial que terá amanhã. 


Seja transparente e gentil, o importante é ter sensibilidade que coisas triviais pra você não é pra quem ta no inicio dessa jornada, tente se lembrar de você lá no inicio de tudo. Utilizando do conceito da escritora Brené Brown, empatia é escolher se conectar com algo que conhece esse sentimento.

E como criamos uma conexão?

Cada um tem um perfil, cada um tem uma maneira de lidar com as coisas e talvez você perceba que os 1on1 não estão sendo produtivos porque vocês não conseguem se expor. Mas tem algo que todos nós temos em comum, vulnerabilidades.

Quando eu escolho compartilhar minhas alegrias e minhas dificuldades com você eu estou abrindo um caminho, uma linha segura pra te falar que eu também erro, que não sei de tudo.


A confiança não é conquistada nos gestos grandiosos, e sim nos gestos menores. Um simples fato de ter feito um merge mal feito ou que ficou apanhando horas porque faltou uma virgula no código, desde que seja verdadeiro, faz com que a pessoa do outro lado entenda e se identifique com você. Representatividade.

Conclusão

Mentoria de desenvolvedores juniores deveria fazer parte da cultura de todas as empresas e principalmente fazer parte do do dia a dia das equipes de desenvolvimento.

Não vai ser fácil, principalmente quando você tem suas próprias tarefas e prazos de entrega, mas é muito gratificante quando você vê seus mentorados crescendo e contribuindo com as entregas do time.

Eu sou muito grato por hoje trabalhar em uma empresa como a SumUp que tem no seu DNA uma preocupação genuína com as pessoas e com a diversidade e que enxerga o seu papel na formação desses profissionais.

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