Esse post faz parte de uma série onde pretendo compartilhar o básico essencial para desenvolver com GoLang.
Nos últimos posts nós vimos que variáveis e constantes possuem tipos de dados. Esse é um conceito muito importante, ainda mais se tratando de uma linguagem compilada e fortemente tipada como é o caso do Go.
Tipos embutidos
Os tipos que veremos agora, são tipos embutidos do Go, na realidade eles são frequentes em diversas linguagens, saber de existência deles e como manipulá-los é importante na jornada da programação.
Categoria | Tipos e definição |
---|---|
Booleanos |
bool é tipo mais básico e só tem dois possíveis valores true e false , voltaremos nele em controle de fluxos
|
Numéricos |
int32 , float32 , byte são provavelmente os tipos numéricos mais comuns, eles são representações numéricas utilizadas para operações aritméticas. |
Strings |
string é a representação de textos, mas uma definição técnica mais interessante: é uma sequencia de caracteres |
Um ponto importante, em Go todos esses tipos embutidos tem uma natureza primitiva!
Esses são alguns dos tipos, para saber mais utilize esses links:
Tipos de estrutura
Estruturas ou simplesmente struct
, é o que nos possibilita criar tipos mais complexos (no bom sentido) para atender as necessidades e regras do nossos sistemas.
Se você olhar para a implementação do Go, vai ver que os tipos complexos são definidos com struct, por exemplo:
- array - Sequencia de dados, veremos nos posts seguintes.
- list - Uma implementação de uma lista duplamente ligada, podemos falar disso futuramente.
Exemplo prático com struct
Para ilustrar como elas são definidas, vamos complementar o exemplo do último post, era um produto que possuía cor
e status
:
package main
import (
"fmt"
"time"
)
type (
cor string
status int
)
const (
vermelho cor = "#ff0000"
verde cor = "#00ff00"
azul cor = "#0000ff"
)
const (
rascunho status = iota + 1
publicado
congelado
deletado
)
type produto struct {
nome string
cor cor
status status
criado time.Time
}
func main() {
p := produto{
nome: "Produto Teste",
cor: verde,
status: publicado,
criado: time.Now(),
}
fmt.Println(p)
fmt.Println(p.criado.Format(time.RFC3339))
}
No exemplo eu estou criando o tipo produto
, ele possui o nome, sendo um tipo embutido string
, cor e status que nós criamos no exemplo passado, e um tipo extra time.Time
que é a representação de tempo/datas no Go.
Eu coloquei ela de propósito, para novamente citar que os tipos embutidos possuem uma natureza primitiva pois é só a representação de um valor, enquanto tipos complexos, como é o caso do Time, vai te fornecer atributos e uma série de comportamentos, por exemplo o método Format
que eu usei acima.
Struct é classe do Go?
Resposta curta: Não!
Se você já tem experiência com alguma linguagem orientada a objetos (java, c#, php) pode acabar associando strucs
com classes, o que não é um problema em si, mas pode te levar a armadilha de achar que Go é orientado a objetos.
Sempre que eu penso em classe, a definição que tenho em mente é a seguinte: é a receita de um objeto, quando instanciada te fornece estado e comportamento. E structs não funcionam exatamente assim.
Go tem um estilo próprio
Na minha interpretação, Go tem a filosofia de ser uma linguagem bastante simplificada. E a definição que eu tenho em mente para o paradigma do Go é uma linguagem procedural com elementos de OO. O mais importante dessa reflexão, é que se você pretende codificar em Go, entenda que ela tem um estilo próprio, que é bastante simples na verdade.
Deixo como sugestão essa palestra: Simplicity is Complicated
Então POO é complicada e desnecessária?
Na minha humilde opinião, a resposta é não. Eu só interpreto isso como uma decisão de design da linguagem, por simplicidade Go não é OO e ponto.
Minha dica se você é iniciante, e está entrando nesse universo de programação agora, quanto mais você aprender é melhor, isso vale para paradigmas, linguagens, frameworks, etc. E se você tiver oportunidade de estudar OO, faça isso. Domine os pilares encapsulamento, herança, interfaces e polimorfismo, isso vai te ajudar em qualquer linguagem, inclusive em Go.
Tipos de referência
Vimos os tipos embutidos e os tipos de estruturas. Por último vou mencionar rapidamente os tipos de referência, e será breve pois todos eles merecem posts exclusivos, pois possuem bastante particularidades.
Tipo | Definição |
---|---|
Slice | Slices são simplesmente sequencias (arrays) dinâmicos |
Map | Estrutura de dados super importante, entenda como um dicionário de dados representados por chaves e valores |
Interface | É a abstração para um comportamento, o exemplo mais simples de Go: Reader |
Funções | Funções em Go também funcionam como tipos, por hora se lembre que funções também são tipos de referencia |
Channel | E estrutura de dados utilizada para comunicação entre goroutines em sistemas concorrentes, essa definição é mais do que suficiente por agora. |
Uma coisa que todos esses tipos tem em comum: ponteiro.
Isso pode soar um pouco assustador, e te levar ao passado com C e C++, mas lembre-se Go é uma linguagem moderna, apesar de você ter o conceito de ponteiros, eles são bastante simples de usar e tem uma boa justifica para existir. Mas vamos deixar para um próximo post.
Resumo
- Tipos embutidos (string, int, float, bool) são primitivos.
-
struct
nos permite criar tipos complexos. -
struct
!=class
- POO é importante
- Tipos de referência: slices, maps, interfaces, funções e channels.
- Go tem o conceito de ponteiros.
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